28 de abr. de 2017

Resenha/Livro: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada


Olá pessoal, tudo bem? No post de hoje trago a resenha de um livro que causou um certo alvoroço (no bom e no mau sentido) quando foi lançado há algum tempo atrás; a continuação da história mais famosa de bruxos já feita: Harry Potter e a Criança Amaldiçoada.
Clique em continue lendo para saber mais sobre minha opinião.






Título Original: Harry Potter And The Cursed Child
Autor: J. K. Rowling, John Tiffany, Jack Thorne
Editora: Rocco
Ano: 2016
Páginas: 352






Sinopse
Sempre foi difícil ser Harry Potter e não é mais fácil agora que ele é um sobrecarregado funcionário do Ministério da Magia, marido e pai de três crianças em idade escolar. Enquanto Harry lida com um passado que se recusa a ficar para trás, seu filho mais novo, Alvo, deve lutar com o peso de um legado de família que ele nunca quis. À medida que passado e presente se fundem de forma ameaçadora, ambos, pai e filho, aprendem uma incômoda verdade: às vezes as trevas vêm de lugares inesperados.

Opinião
Desde o fim da história de Harry Potter, em Harry Potter e as Relíquias da Morte, o que eu, e provavelmente muitos outros fãs, esperávamos, era uma continuação. Ou até mesmo um simples vislumbre de como a vida de nossos tão queridos e amados personagens estaria depois que Voldemort fora derrotado. A cena dos filhos de Harry, Rony e Hermione na estação King Cross pegando o trem em direção à Hogwarts, não parecia suficiente. Precisávamos de mais detalhes, precisávamos de mais elementos e mais histórias daquele universo incrível e mágico, que era tão difícil deixar para trás e finalmente dizer adeus.
Alguns anos se passaram e a dor e a tristeza por algo que nos fez tão feliz ter acabado, foram substituídas por saudade e nostalgia. Ainda existia aquele leve fundo de tristeza, mas a mesma conseguia se misturar facilmente com a felicidade de ter vivido intensamente aqueles momentos que nos fizeram tão bem.
E então, de repente e inesperadamente, J. K. Rowling surge com a surpresa de que havia mais a ser contado sobre a história de Harry Potter. Aquele velho e antigo sonho de tantos potterheads acabou por ser desenterrado, e as expectativas eram extremamente altas. E todos nós sabemos que elevar expectativas pode muito bem resultar em um grande erro, certo?
Muitos fãs tiveram suas expectativas destruídas logo no início, quando fora anunciado que a oitava história seria contada no formato de peça teatral, com atores completamente diferentes do elenco dos filmes. Houve até uma grande polêmica em relação à escolha da atriz que interpretaria Hermione Granger, e você pode conferir um vídeo que fiz sobre esse assunto clicando aqui.
Entretanto, mesmo com tantas informações desanimadoras e polêmicas, eu ainda ansiava por saber o que J. K. Rowling se dispôs a escrever sobre a oitava história da minha série favorita de livros. E, assim que foi anunciado que seria lançado um livro com o roteiro de ensaio da peça, minhas expectativas aumentaram e eu esperei ansiosamente cada segundo até que finalmente chegasse o dia que eu pudesse pegar o livro em mãos.
Durante esse tempo de espera, li diversos comentários de pessoas dizendo o quanto aquela história se parecia com uma fanfic, e o quanto era mal desenvolvida. Eu decididamente ignorei cada um desses comentários, pois em minha mente, eu imaginava que esses fãs apenas não estivessem acostumados com o estilo da escrita de uma peça teatral. Em minha mente, não seria de perto possível que J. K. Rowling escrevesse algo de nível tão baixo – considerando os comentários que vi a respeito –, principalmente quando se tratava da série esplêndida que era Harry Potter. Bom, eu deveria ter considerado esses comentários; pelo menos parte deles.
O início da leitura foi simplesmente maravilhoso. Me trouxe aquela sensação de estar tendo um sonho e um desejo realizados, a sensação de estar voltando para casa, de estar sendo envolvida e abraçada carinhosamente por alguém que eu senti muita falta durante muito tempo. Senti aconchego. Reviver tudo aquilo que há tanto tempo eu não tinha contato e finalmente saber o que aconteceu depois do último ponto final, era fantástico.
Então, a partir de um certo ponto, as coisas passaram a não fazer mais sentido. Não a história, não o enredo, mas os personagens. Eu não conseguia entender, acompanhar e absorver de onde tinha vindo tanto drama e por quê os meus personagens favoritos de repente não eram mais quem eles sempre foram. A personalidade e a essência deles haviam se perdido, e suas relações se tornaram problemáticas e superficiais.
Por um lado, eu encarei essas mudanças como algo muito inteligente e realista; afinal, era óbvio que as coisas não seriam exatamente como nós potterheads queríamos que fosse. Nada seria perfeito só porque Voldemort havia sido derrotado. Nossas vidas estão em uma constante montanha russa de sentimentos e acontecimentos, bons e ruins. É claro que não seria diferente no mundo de Harry Potter.
Mas, por outro lado, todo o drama e toda a mudança fizeram com que eu sentisse raiva. Dava para perceber, nitidamente, que alguns daqueles problemas foram criados justamente para que aquela história fosse criada e desenvolvida, e acabou se tornando algo muito forçado, ao em vez de simplesmente fazer com que acontecesse naturalmente. Talvez seja justamente essa a consequência de ter feito a oitava história no formato de peça teatral, pois os fatos são corridos, e não detalhados como nos sete livros anteriores da série.
Por muito tempo durante minha leitura, os atos e as respectivas personalidades dos personagens fizeram com que eu tivesse raiva do livro, e muito medo de odiá-lo no final. Esse talvez tenha sido o principal – e quase único – problema que enfrentei com esse livro, e que, infelizmente, decidiu qual seria a minha nota final para o mesmo.
Felizmente, depois de uma introdução irritante e forçada, os acontecimentos passaram a fazer mais sentido e ficarem muito mais interessantes com o virar de páginas. Eu finalmente pude me sentir realmente em uma das aventuras da série Harry Potter, e finalmente pude mergulhar completamente em sua história.
Foi extremamente interessante e empolgante ter contato novamente com eventos do passado da série e da história de Harry, contados de outros pontos de vista, de realidades alternativas. Em muitos momentos me senti em episódios de Life is Strange (você pode conferir as resenhas clicando aqui, aqui e aqui), e como esse é um dos meus jogos favoritos, pode-se imaginar o quanto eu amei essa “referência”, não é?
De qualquer forma, Harry Potter e a Criança Amaldiçoada não é uma má história; de longe não é. É impossível, na minha percepção, não gostar, nem que seja um pouquinho, do enredo. Apesar dos defeitos, de inserir tanto drama, mudar tanto a personalidade dos personagens, de insistir em continuar, de certa forma, no passado da história de Harry Potter, ao em vez de criar uma nova e original trama e continuação, é uma história boa e uma leitura gostosa de se fazer. Faltou também uma inserção maior de elementos do mundo mágico da série, mas ainda assim é possível se sentir em casa, como eu disse que me senti no início da minha leitura.
É realmente muito interessante e emocionante poder ter esse vislumbre de como nossos tão queridos e amados personagens ficaram após alguns anos, como a história que conhecemos de cabo à rabo poderia ter sido diferente se a mínima das situações fosse alterada e como os herdeiros da geração Harry Potter estão se saindo em Hogwarts. Mas, mesmo com todas as qualidades que fizeram com que esse livro não fosse de todo ruim, não a considero uma continuação e muito menos a oitava história da minha série de livros favorita. É como se fosse um spin-off, um livro aleatório para mostrar brevemente uma aventura que aconteceu nesse universo de Harry Potter. Não uma continuação.
É evidente que foi um livro feito para ganhar dinheiro, e que não tem toda a alma e coração que J. K. Rowling deu pela criação desse universo mágico. Ainda espero profundamente que, futuramente, possamos desfrutar de um livro mais detalhado sobre a real oitava história de Harry Potter, escrita apaixonadamente e unicamente por Rowling.
Por enquanto, tenho apenas a agradecer pela breve viagem de volta para casa que tive lendo Harry Potter e a Criança Amaldiçoada. Apesar de todos os defeitos, essa história continua fazendo parte da série de livros que me apresentou ao mundo da escrita e da leitura, e que jamais deixarei de amar.


Capa
Apesar de fugir bastante do padrão de ilustrações que as capas de Harry Potter possuem, a capa de Harry Potter e a Criança Amaldiçoada continua sendo maravilhosa; principalmente na versão capa dura!









Marcações
Mesmo sendo um livro composto apenas por diálogos, Harry Potter ainda possui suas frases e citações marcantes; é claro, também bastante engraçadas.

"Harry: Preciso da sua ajuda. Preciso de seus conselhos. Agouro disse que Alvo corre perigo. Como vou proteger meu filho, Dumbledore?
Dumbledore: E você pergunta justamente a mim como proteger um menino que corre um perigo terrível? Não podemos proteger os jovens de mal algum. A dor deve vir e virá.
Harry: Então, devo ficar parado, olhando?
Dumbledore: Não. Deve ensinar a ele como enfrentar a vida."

"Delfi: Alvo precisa de você, Escórpio. Isso é uma coisa maravilhosa.
Escórpio: Ele precisa de mim para quê?
Delfi: É essa a questão, não é? Nas amizades. Você não sabe do que ele precisa. Só sabe que precisa. Vá procurá-lo, Escórpio. Vocês dois... pertencem um ao outro."

"Snape: Às vezes os custos existem para ser suportados.
Os dois se olham, Snape assente, Hermione também.
A fisionomia de Snape desmorona um pouco.
Não citei Dumbledore agora, citei?"

"Snape conjura um Patrono, que tem a linda forma branca de uma corça.
Escórpio: Uma corça? O Patrono de Lílian.
Snape: Estranho, não? O que vem de dentro."

"Professora McGonagall (para Alvo e Escórpio): Suas intenções de salvar Cedrico foram honrosas, apesar de equivocadas. E isso faz parecer que vocês foram corajosos, Escórpio, e você, Alvo, mas a lição que até seu pai às vezes deixou de aprender é que coragem não é desculpa para burrice. Pense sempre. Pense no que é possível."

"Alvo: Escórpio, precisamos contar a alguém sobre isso...
Escórpio: A quem? O Ministério já confiscou uma vez, você acredita realmente que não vão fazer isso de novo? Só você e eu tivemos a experiência de como ele é perigoso, e isso significa que você e eu temos de destruí-lo. Ninguém pode fazer o que fizemos, Alvo. Ninguém. Não (com certa grandiloquência), está na hora de a virada do tempo pertencer ao passado.
Alvo: Você tem um orgulho danado dessa frase, não tem?
Escórpio: Estive elaborando o dia todo."

"Rony: Não consigo esquecer isso. O fato de que em algumas realidades nós nem mesmo somos casados, entende?
Hermione: Rony, seja como for... os duendes vão chegar em dez minutos para conversar sobre a segurança de Gringotes...
Rony: Quer dizer, ficamos juntos por tanto tempo... e casados por tanto tempo... quer dizer, tanto tempo...
Hermione: Se este é seu jeito de dizer que quer dar um tempo no casamento, Rony, então, para ser bem clara, vou te espetar com essa pena.
Rony: Cale essa boca. Dá para calar a boca só uma vez? Quero fazer uma daquelas renovações dos votos de casamento sobre as quais li. Renovação dos votos. O que você acha?
Hermione: Quer se casar comigo de novo?
Rony: Bom, éramos jovens quando nos casamos da primeira vez e eu fiquei muito bêbado e... bom, para ser sincero, nem me lembro muito da cerimônia... a verdade é que... eu te amo, Hermione Granger... e seja em que tempo for... gostaria de ter a oportunidade de dizer isso na frente de outras pessoas. De novo. Sóbrio.
Ela o olha, sorri, puxa-o para si, ela o beija.
Hermione: Você é um amor."

"Dumbledore: [...] onze anos, e você era tão corajoso. Tão bom. Você andou sem reclamar pelo caminho que foi estendido a seus pés. É claro que eu o amava... e sabia que aconteceria tudo de novo... que sempre que eu amasse, causaria danos irreparáveis... Não sou uma pessoa talhada para o amor... Nunca amei sem causar prejuízos...
Uma pausa curta.
Harry: Você teria me magoado menos se tivesse me dito isso naquela época.
Dumbledore (agora chorando às claras): Eu estava cego. É o que o amor faz conosco. Não consegui enxergar sua necessidade de ouvir que este velho fechado, ardiloso e perigoso... amava você...
Uma pausa. Os dois homens são dominados pela emoção.
Harry: Não é verdade que eu nunca reclamei.
Dumbledore: Harry, nunca existe uma resposta perfeita neste mundo confuso e perturbado. A perfeição está fora do alcance da humanidade, fora do alcance da magia. Em cada momento luminoso de felicidade há esta gota de veneno: o conhecimento de que a dor voltará. Seja sincero com aqueles que ama, mostre sua dor. Sofrer é tão humano quanto respirar."

"Harry: Não vá!
Dumbledore: Aqueles que amamos jamais nos deixam verdadeiramente, Harry. Existem coisas que a morte não pode tocar. Pintura... e lembrança... e amor.
Harry: Eu o amei também, Dumbledore.
Dumbledore: Eu sei."

"Harry: O amor nos deixa cegos. O que nós dois tentamos dar a nossos filhos não era o que eles precisavam, era o que nós precisávamos. Estivemos tão ocupados tentando reescrever nosso próprio passado que destruímos o presente deles."

"Rony: Malfoy, você pode estar todo chegadinho no Harry e pode ter gerado um filho relativamente legal, mas disse umas coisas muito injustas e ainda por cima de minha mulher...
Hermione: E sua mulher não precisa que você compre as brigas dela."

"Harry: A pobre criança achou que tinha de salvar o mundo.
Gina: A pobre criança salvou o mundo. Aquele cobertor foi magistral. Quer dizer, ele quase destruiu o mundo também, mas talvez seja melhor ninguém ressaltar essa parte."

"Gina: Sabe que depois que abri a Câmara Secreta... depois de Voldemort me enfeitiçar com aquele diário terrível e eu quase destruir tudo...
Harry: Eu me lembro.
Gina: Depois que saí do hospital... todo mundo me ignorou, me excluiu... menos o garoto que tinha tudo... que atravessou a sala comunal da Grifinória para me desafiar a um jogo de Snap Explosivo. As pessoas acham que sabem tudo a seu respeito, mas o que há de melhor em você... que sempre houve... ser heroico de um jeito muito discreto. O que quero dizer é que... depois que isto tudo acabar, lembre-se, se puder... de que às vezes as pessoas... mas em particular as crianças... só querem uma companhia para brincar de Snap Explosivo."

"Harry: Nunca lutei sozinho, como pode ver. E jamais lutarei."

"Rony: Vamos todos ver.
Ouvimos vozes desconhecidas...
Tiago (em off): Lílian, pegue Harry e vá! É ele! Vá! Fuja! Vou segurá-lo aqui...
Há uma explosão, depois um riso.
Afaste-se, ouviu bem?... afaste-se.
Voldemort (em off): Avada Kedavra!
Harry se encolhe enquanto luzes verdes faíscam pela plateia.
Alvo segura sua mão. Harry a aperta com força. Ele precisa disso.
Alvo: Ele fez tudo que podia.
Gina aparece do lado de Harry e segura sua outra mão. Ele se curva para os dois, que agora o abraçam.
Harry: É a minha mãe, na janela. Estou vendo minha mãe, ela é linda."

Nota:

Então é isso pessoal, espero que tenham gostado da resenha! E se gostaram, deixem o curtir ali em cima ao lado do título (não esqueçam de confirmar) e comentem o que acharam!
Até mais!

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